terça-feira, 24 de abril de 2012

Currículo, Poder e Sociedade


        A distância entre a teoria e prática

" (...) nesse caminho, focando a educação de jovens e crianças, por exemplo, assistimos a um diálogo surdo entre escolas e cotiano. Elementos importantes da cultura como  o movimento digital, tão presente na cultura jovem e infantil, aparecem em total ressonância com os métodos tradicionais que ainda imperam em grande parte de nosso ambiente escolar".(GUIMARÃES, 2011, P.63)

        Como obter uma proposta curricular que contenha os saberes clássicos do currículo, e as questões presentes no cotidiano? Como garantir uma unidade de currículo e  sem desconsiderar as diferenças culturais? Consideramos o currículo como um conjunto de atividades, conceitos, matérias capazes de permitir uma visão de mundo? Mas, que visão de mundo queremos considerar no currículo? Os saberes classícos ou as questões do cotidiano? Quais as RELAÇÕES  estão presentes no currículo?
        Diante de tantos questionamentos e reflexões, consideremos os saberes do sóciologo André Piatitat que coloca a interação do interior escolar com a ambiência social que a envolve:

"Sem dúvida a escola contribui para a reprodução da ordem social; Mas ela também participa de suas transformações, ás vezes intencionalmente, às vezes contra a vontade; e, às vezes, as mudanças se dão apesar da escola. É que se trata de uma ordem dinâmica, de grupos  de classes em mutação, de técnicas em permanente renovação e de culturas que se redefinem periodicamente" ( PETITAT, 1994, p.11)

         Podemos  considerar a escola como um espaço capaz permitir gerar novas visões do mundo, lugar capaz de permitir gerar culturas. Magalhães reforça esta reflexão:

"uma instituição escolar é uma complexidade espacio-temporal, pedagogica, organizacional, onde se relacionam elementos materiais e humanos, mediante papéis e representações diferenciados, entretecendo e projectando futuro(s), pessoais, através de expectativas institucionais. É um lugar de permanentes tensões. As instituições educativas são profectos arquitectados e produzidos a partir de quadros sócio-culturais" (MAGALHÃES, 1998, p.10)
Sob esse foco a sociedade confere ao currículo algumas responsabilidades, quando este torna um referencial do que deve ser ensinado, de como ensinar, a quem ensinar,  possibilitando ao currículo,  uma estreita relação de poder. Segundo Guimarães, reconhecer a escola como lugar de mudança sociais e criação identitária, reforça a necessidade de um curriculo mais sintonizado com a vida e com as diversidades culturais da humanidade.


Um comentário:

  1. Mediante a leitura do texto e a feitura desse bom resumo, qual a análise que você faz?

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